O que mais me atrai em Hamlet é a tresloucada cena metafórica do “to be, or not to be, that is the question”, a menos piegas das indagações epistemológicas.
Me pergunto se todo o homem (digo homem espécie, ou seja, homem e mulher) no seu âmago não carrega em si essa interrogação, somos, ou estamos?
Ser nos diz sobre algo extremamente enrijecido, algo que é imutável, o que o homem não é. No livro de Êxodos, no capítulo 3, Deus fala a Moisés, “EU SOU O QUE SOU”, mais a frente Ele reforça, explicando como Moisés deveria referir-se a ele, “EU SOU me enviou a vós outros”. Ou seja, a Bíblia diz que apenas um tem a capacidade de ser, e este Um é Deus, ele é imutável, “o mesmo hoje, amanhã e sempre...”
Agora, digamos que os evolucionistas, descrentes, discordem dessa premissa e que com questionamentos antropomórficos duvidem da deidade do Deus bíblico, dessa forma, negando seu caráter imutável. Daí recorremos ao próprio Darwin. Em “A origem das espécies”, Darwin faz um minucioso relato da evolução das espécies, onde por fim chega ao homem, ou seja, há uma transmutação, tirando toda e qualquer idéia de ser, mas reforçando a transição, em síntese, chegamos e estamos na fase humana, porém, podemos evoluir mais, isso, logicamente, no pensamento darwinista.
“Estar” também nos parece algo complicado, por exemplo, seguindo essa lógica, hoje vivenciamos a quebra paradigmática do modelo cristão de sexualidade. Alguém nasce homem, mas resolve transformar-se, nega sua natureza e se torna uma mulher, ou, pseudo-mulher. Se “estamos” podemos estar qualquer coisa, correto? Estaríamos fazendo um silogismo se acatássemos mais essa interrogação positivamente, contudo lembremo-nos que Deus, em Gêneses, criou homem e do homem, a mulher, sem que houvesse um meio termo, ou um extra-termo. Imutáveis, não, não somos, contudo temos uma natureza inerente a nossa espécie e nem mesmo Darwin poderia crer numa evolução do homem que não fosse natural.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
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